
É sim, odeio baianos.
Baianos e seu axé. Baianos e seu azeite de dendê. Baianos e seu trio elétrico. Baianos e sua pulação. Baianos e sua Pitty. Baianos e sua Ivete. Baiano e seu Lázaro Ramos.
Odeio baianos.
É sim, odiava baianos.
Passado dos baianos e seu axé. Passado dos baianos e seu azeite de dendê. Passado dos baianos e seu trio elétrico. Baianos e seu passado.
É sim, adoro baianos.
Baianos e seu acarajé. Baianos e seu Jorge Amado. Baianos e suas festas. Baianos e seu astral. Baianos e baianos.
Há uma inquietude dentro de mim, há uma ansiedade. Há um frevo dentro de mim, pulando todas as noites, em sonhos, em bizarrices. Há um Nordeste vivendo aqui dentro. Há uma Verdade Tropical me falando algumas coisas que não quero ouvir. E quero ouvir. E há uma felicidade me comovendo bem devagar. E bem rápido.
Lá dentro do quarto, tem uma Maria Bethânia cantando, lembrando uma época que eu nem sabia quem eu era. E nas minhas mãos tem um Jorge Amado. Ele é como um amante que me fala coisas que gosto. Me faz apaixonar. Algo que eu nem queria saber no início. Depois veio a paixão e agora ocupando todas as noites. Com uma profundidade sem limitações.
Como toda paixão, é assim.
Achando meu rumo certo.
Cheia de esperanças.
Cheia de luta.
Estou vivendo, amando, poetizando...
Bahia.

Texto poético. Esqueci o meu gênero literário hoje. Me perdoem!
"A onda ainda quebra na praia,
Espumas se misturam com o vento.
No dia em que você foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi pensando nós dois
No dia em que você foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi pensando nós dois"
Lenine